Macuse - Um lugar que a Guerra Civil destruiu.

Escolinha de Mutapula. Último dia de aulas antes das férias.
Olá a todos, sou Bia, Bia Vilela, Anna Beatriz ou Anna Vilela. Acho que todos me conhecem bem, souberam q no ano de 2008 decidi abandonar minha vida, meu luxo, meu conforto para ingressar num trabalho voluntario aqui na África.

Estou há quatro meses em Macuse, Moçambique, uma cidade na costa do oceano Índico, com praia, baía e cocos... muitos cocos...

Vivo numa casa sem água encanada e sistema de esgoto, mas a minha casa é estilo portugues. Foi recuperada ha alguns anos atras, ainda está bem velha por dentro, o banheiro e a cozinha é de dar medo para quem nao está acostumado, mas para região é como se fosse um palacete.

Trabalho com futuros professores e com a escolinha local. Vou falar agora um pouquinho do que vejo por aqui.

Aqui não há ruas, há caminhos q chamamos de "corta mato", o shopping local é um mercado com algumas bancas e dois tipos de vegetais, dois tipos de frutas e algumas coisitas básicas.

Antes da guerra civil, Macuse era um lugar bom. Aqui há muitos coqueiros, então a população local era empregada nas fábricas de sabão que aqui tinha. Eles gostam muito de brasileiros e na época da década de 60 e 70 haviam dois clubes aqui, um era chamado de Copacabana e o que tocava mais aqui era o grande Roberto Carlos. Ainda o grande mito local, juntamente com Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano.

Mas a Guerra Civil matou muitos por aqui, a senhora que trabalha em minha casa foi uma das que sofreram, conseguiu fugir, sua mãe nao. Morreu. Ela relata horrores como escutar mães sendo obrigadas a matar seus filhos de colo pois era se nao matassem, elas eram mortas.

Antes aqui havia uma estrutura que posso dizer melhor q o Brasil naquela época, hj tudo nao passa de casas destruidas, portos destruidos por bombas, pontes quebradas.

A Guerra Civil terminou em 1992, as companhias voltaram, mas como a desgraça na África é algo que é uma constante, os coqueiros estao morrendo. As companhias fecharam. Não há mais empregos. O maior empregador é a ONG ao qual eu trabalho, mas a miséria aqui é de doer.

Coisa que alguns anos nao era comum, agora para simplesmente ter o que comer, crianças estao se prostituindo. Por menos de um real. Não há o que fazer. Ou fazem isso, ou morrem de fome. É muita tristeza. A AIDS e a Cólera, juntamente com a Malária matam e botam a perspectiva de vida local nao mais que 40 anos.

O sistema educacional de Moçambique só deixam as crianças entrarem na escola após os 7 anos, e antes disso? As crianças falam a lingua local, nao falam portugues, o que faz mais dificl para elas ao terminarem a escola ter um emprego na cidade.

Eu e uma das crianças da escolinha. Ela sempre quer pegar meu óculos e minha mochila... rs

Qual é o meu projeto com sua ajuda? Manter uma escolinha local. Essa escolinha tira as crianças de 3 a 6 anos das ruelas locais, elas iniciam a aprender o portugues, a contar, a ler, escrever, cores, tudo simples para que qdo ingressem na escola, possam ter melhor aproveitamento. Esse projeto ja existe mas em virtude de falta de apoio, das 5 hj só ha duas funcionando e essas duas a professora está ha 3 meses sem receber o salario dela, esse salário equivale somente ha R$ 34,00 por mes. E essa professora tb é HIV positiva, ou seja, tem AIDS, e esse salário ajuda ela a ir no hospital que fica ha 100 KM de distancia pegar medicamentos para mantê-la saudável.

Com a sua ajuda, poderei comprar cadernos, lapis, lapis de cor, bancos. Irei montar uma banca no mercado de venda de roupas infantis e irei fazer uma horta, para que o dinheiro doado renda mais e sempre.

Vá no meu orkut Bia Vilela Moreira, la há fotos da escolinha. Estudam em uma 92 criancas e numa outra 25. Vcs podem saber mais um pouquinho do projeto no meu blog: www.caminhosparamocambique.blogspot.com.

Meus amigos, companheiros, a razão de tudo o que eu faço... E só da ela de biazinha...

Gente, para ajudar basta depositar o dinheiro na conta corrente da minha mãe que ela enviará todo dinheiro para mim por western union. Se vc puder e quiser ajudar, envia um email que irei lhe dar as coordenadas. Irei enviar um relatório sobre tudo que farei com o dinheiro. Se vc tiver em niteroi ou no Rio pode dar o dinheiro diretamente para minha mãe, Dna Leonor.

Bem, é isso, estou aqui pedindo ajuda para os nossos irmãos moçambicanos, africanos. Qualquer quantia ajuda. Qualquer quantia mesmo gente.


Conta para depósito:

Banco Santander
Meus contatos:

Email: annabia7@gmail.com
Skype: bia.vilela1


Contatos da minha mãe:

Email:

Obrigada por tudo e por lerem até o fim,


Bia Vilela